terça-feira, outubro 10, 2006

Ser Feliz...

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma critica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Fernando Pessoa.

terça-feira, setembro 26, 2006

felicitate

«Acredita que para se ser feliz é preciso correr atrás da felicidade, esteja ela onde estiver e com quem estiver, procura-a, acha-a e agarra-a com todas as tuas forças!»


Não! Eu não acredito que tenhas que correr atrás dela, ela simplesmente acontece, brota de nós e inunda-nos, percorre o nosso corpo. E, se a deixares livre, transborda e invade tudo à tua volta. Isso sim é FELICIDADE.

felicidade, s.f. é o estado de uma consciência plenamente satisfeita; satisfação, contentamento, bem-estar. (Lat. felicitate)

domingo, setembro 10, 2006

Sorrisos

Um sorriso é uma ponte.
Basta um sorriso sincero para colorir o dia de alguém.

http://fleurducoeur.blogspot.com/2006/09/das-lcheln.html

«Um sorriso não custa nada e cria muito...Dura um só momento, mas sua lembrança perdura por toda uma vida...
Não se pode comprá-lo, pedi-lo emprestado ou roubá-lo...
E não tem utilidade enquanto não é dado!
Por isso, se no teu caminho encontrares alguém cansado demais para dar um sorriso, deixa-lhe o teu, com optimismo...
Pois ninguém precisa tanto de um sorriso quanto aquele que não tem mais sorrisos para oferecer...»
Autor desconhecido


Os sorrisos, sobretudo os femininos, exercem efeito terapêutico em pessoas depressivas, indica um estudo científico inédito realizado por um investigador português.

sábado, julho 15, 2006

Chapter 1



Ocupo a mesa mais recatada do bar, observo o movimento. Penso em mim, penso em ti.
Já não sei quem fui.
Entra um homem. Trinta e poucos. Cabelo escuro, revolto. Olhos verdes, profundos.
Senta-se na mesa perto da janela. Observa a rua. Pensativo.
De um dos bolsos retira um pequeno caderno e escreve nele. Palavras, sentimentos.
Sei o que escreve. Sei o que pensa.
Volta levemente o olhar e pousa-o em mim. Sorri-me, inclinando a cabeça num gesto de reconhecimento.
Ao meu lado, vai tomando forma, uma mulher de olhar desvairado e perdido. Rosto crispado. Uma garrafa de whisky, um copo vazio. Algumas linhas depois: a garrafa vai a meio.
O seu mundo torna-se aveludado, maleável, leve. Os pensamentos dispersam, a língua solta-se e um riso sarcástico rasga o ar. «A vida é irónica. Incompreensível.», diz-me.
Agora sou a confidente desta estranha mulher. Conta-me a sua história, sem nexo algum. Rasuras. Repete-me a narrativa, que vai ganhando contornos nas mãos do homem. Olha-nos, agora, com um sorriso cúmplice.
Levanto-me, deixando a mulher. O seu olhar perdido no vazio, não me vê.
Desloco-me por entre outros homens e mulheres que nem notam a minha presença. E sei-o. Isso não me incomoda.
Sento-me à frente do homem. Olho-o desafiadora. Não trocamos palavras. Os nossos pensamentos fundem-se.
Saímos juntos e avançamos pela rua de mãos dadas. Sempre em silencio.
O mundo à nossa volta desvanece-se.
E naquele lugar, onde o nada existe e é tudo, pergunto-lhe: «Porquê?!»
Nos seus olhos nasce uma sombra, esta não consigo desvendar. E responde-me: «Ainda não é chegada a hora.»
Então abre o caderno e escreve algo.
Volta a estar sentado na mesa perto da janela. Nunca a desocupou.
E eu deixo de ser. Já não existe a mulher na mesa do canto, nem a sua estranha confidente.
Num sussurro, antes de me extinguir, diz-me: «Espera por mim.»
Já não existo naquele bar, nunca lá passei.

quinta-feira, junho 15, 2006

Dedicatória

01-04-2006

Uma tarde maravilhosa, passada com as amigas espectaculares que tenho.
Beijos para a Rita, para a Joana e para a Carina (apesar de não ter partilhado este passeio connosco).
Por serem como são, por serem as maiores, e por estarem sempre presentes (nem que seja só em pensamento) ADORO-VOS.


(Não publico fotos delas, se o fizesse era “morta” instantaneamente.)

Margarida

domingo, junho 11, 2006

Dobre ...os corações

DOBRE

Peguei no meu coração
E pu-lo na minha mão

Olhei-o como quem olha
Grãos de areia ou uma folha.

Olhei-o pávido e absorto
Como quem sabe estar morto;

Com a alma só comovida
Do sonho e pouco da vida.

Fernando Pessoa, 1913

Por vezes o nosso coração "Dobra" por algo que nos faz bem, mas também pelo que nos faz mal, a chave é ultrapassar a ilusão, e seguir a vida "Com a alma só comovida/Do sonho e pouco da vida"... Um dia chegaremos lá...



sábado, junho 10, 2006

Mémoires abîmées

Ainda me lembro daquele dia...
Chovia torrencialmente, estava um frio cortante e amargo.
Fiquei parada, não sei por quanto tempo, debaixo da chuva, a observar-te, até seres apenas um pequeno ponto na paisagem, apenas mais um ponto.
Ainda ouvia a tua voz – pérfida, gelada. Cada palavra ecoava dentro da minha cabeça, dilacerando a minha alma.
As lágrimas corriam-me pela face, mas ninguém podia dizer se eram minhas ou se era a chuva.



Muitas das nossas memórias são substancialmente alteradas, recordamo-nos de coisas que nunca aconteceram, corrompemos o que realmente aconteceu. Criamos a nossa própria realidade.
"Ao longo do tempo há pormenores que se perdem e as recordações dão lugar à imaginação."