terça-feira, agosto 13, 2013

La Mort

A mensagem chegou-me de forma inesperada.
Um estranho aproximou-se e disse-o, com uma voz fria e sem qualquer sentimento, «Sophia morreu!», desaparecendo em seguida nas sombras do fim da tarde. 
Perguntei em voz alta o que acontecera, com um misto de incredulidade e temor. Talvez já fosse longe para me ouvir, pensei. Mas das sombras uma voz me respondeu - «Morreu! ... Sophia morreu. Morreu engasgada!»
As sombras foram crescendo e invadindo o parque e a noite instalou-se aos poucos.
Caminhei pensativa, tentando perceber o que acabara de acontecer. Sem saber como, dei por mim à porta de sua casa. A porta estava entreaberta e uma pequena faixa de luz iluminava o passeio.
Entrei.
A casa, antes alegre, quente e luminosa, era agora um lugar frio e arrepiante. A tristeza percorria as suas paredes e uma ligeira saudade pesou-me no peito.
Caminhei pelo corredor até à pequena sala de onde a luz provinha. Ninguém! Nada se movia, e o silêncio pesava. No centro da sala um caixão negro - 'pequeno de mais', pensei - com rosas negra a adornarem-no...
O momento foi quebrado pelo som de passos. Entraram quatro homens e levaram a tumba.
Uma rosa caiu aos meus pés. E senti um grande pesar. 'Sophia morreu, Sophia morreu' era tudo o que conseguia ouvir dentro da minha cabeça. Agoniada saí daquela casa moribunda e vagueie perdida pelas ruas.
Pela madrugada segui até ao cemitério. Seria o último momento, a última homenagem a Sophia.
Ao chegar reparei uma vez mais no vazio, no silêncio, na ausência de todos - familiares e amigos. As únicas companheiras de Sophia para a eternidade seriam as inesquecíveis rosas negras.
O caixão desceu, no meu coração senti um pequeno aperto, saudade e tristeza, mas nem uma lágrima derramei.

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